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Artigo BIK: “Mas isso não é perigoso? Muito provavelmente!”
Date
04-07-2019
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A Better Internet for Kids (BIK) publicou recentemente o artigo: “But isn't that dangerous? Most probably!”, que pode ser traduzido em português como: “Mas isso não é perigoso? Muito provavelmente!”uma explicação sobre os desafios online na perspetiva dos jovens 

 

O artigo apresenta a perspetiva dos jovens sobre os desafios online que se tornam virais e o que os motiva a terem comportamentos, muitas vezes, irracionais. Para ajudar a melhor compreender este fenómeno foram convidados 3 European Youth Ambassador for Children Internet Safety: Lili da Áustria, Simona da Bulgária e o jovem português João Pedro Martins, que procuraram explicar, com base nas suas próprias observações e pontos de vista, os motivos que podem levar a que esses comportamentos ocorram e a clarificar porque razão os jovens se comportam dessa forma.

O artigo original da BIK centra-se nos desafios online, que descrevem como um ato de entretenimento em que o utilizador da Internet se filma a si próprio a realizar uma atividade que pode ser considerada perigosa e desafia a comunidade online a recrear essa mesma atividade e a partilhá-la. Mas esta situação também se aplica a inúmeros desafios que não representam qualquer tipo de risco. No entanto, sabemos que existe um número elevado de desafios online que podem ser perigosos, que podem causar dano ou podem mesmo encorajar os próprios jovens a magoarem-se.

A lista de desafios online virais tem vindo a aumentar de forma crescente e, proporcionalmente, o número de jovens que se magoa a si próprio e aos seus pares também aumentou. Qualquer pessoa, no seu perfeito juízo, não alinharia neste tipo de desafios. Mas, essa não tem sido a postura de um grande número de jovens, que continuam a arriscar e a participar nestes desafios.  Existe um conjunto de outros motivos que levam os jovens a participar para além do entretenimento e da curiosidade. Os European Youth Ambassador for Children Internet Safety referem outros motivos tais como a pressão dos pares, a necessidade do sentido de pertença, a tentativa de atingir um determinado estatuto social e um falso sentimento de segurança que surge quando se está por trás do écran. João Pedro Martins, embaixador português, refere que jovens e adultos não avaliam os riscos da tecnologia da mesma forma. Salienta que “os jovens encaram o mundo digital como estando incorporado no mundo real, para atingir um determinado fim, para se divertirem para aumentar o seu estatuto social, ao passo que as gerações mais velhas tendem a processar o digital numa perspetiva diferente, porque conhecem uma outra realidade em que o digital não existia".

Estes European Youth Ambassador for Children Internet Safety foram questionados sobre que atores poderiam ser envolvidos para ajudar na elaboração de uma abordagem construtiva e a resposta centra-se na importância de envolver e de sensibilizar dois grupos alvo: os pais e a indústria, em particular as grandes plataformas dos media sociais. A educação dos pais sobre as oportunidades oferecidas pela Internet e, ao mesmo tempo a importância de os consciencializar sobre os possíveis riscos que as crianças e os jovens podem encontrar, são uma das principais formas de os envolver. Os pais precisam de saber interpretar determinados sinais de aviso (tais como a falta de sono ou a tristeza) no comportamento dos seus filhos. Por outro lado, as grandes empresas ligadas à Internet devem melhorar a deteção e exposição de conteúdos online nocivos, sem violar os princípios da liberdade de expressão.

De acordo com a opinião destes embaixadores de juventude, os jovens têm consciência que participar nesses desafios pode ter consequências negativas, mas pelos motivos referidos, continuam a participar neles. No entanto, os embaixadores também consideram que com o apoio de vários stakeholders, os jovens podem desenvolver competências que os ajudem a melhorar a avaliação dos riscos e a sua autoconfiança no sentido de resistirem a participar nesses desafios sem terem receio de serem chamados de “bebés” ou “medricas” pelos seus colegas.

Entre os jovens que colaboraram na redação original deste artigo, o Centro Internet Segura destaca João Pedro Martins, jovem português, embaixador para a juventude europeia para a segurança online das crianças, Better Internet for Kids, da Rede Europeia Insafe. Em 2011, após ter participado no Safer Internet Forum (SIF), que teve lugar no Luxemburgo, foi convidado a ser um Embaixador da Juventude. Desde então tem participado em vários seminários, incluindo duas edições do SIF e em iniciativas, tais como o lançamento do guia WebWeWant que teve lugar no Parlamento Europeu.

Ao longo destes anos, teve oportunidade de promover a sensibilização entre os seus pares sobre temas relacionados com a segurança online. Reconhece que todos os eventos em que participou foram ocasiões extraordinárias para conhecer pessoas provenientes de todo o mundo. As suas participações mais recentes incluem a organização de ações de sensibilização, conjuntamente com o Centro Internet Segura português, em escolas locais e em eventos regionais. Tem igualmente participado em eventos nacionais, tais como o INCoDe.2030 e o Fórum Nacional para a Governação da Internet em 2016|2017 e em eventos internacionais (IGF que teve lugar no México em 2016).

Considera que a voz dos jovens é fundamental e que deve ser tida em consideração, em especial pelos políticos e pela industria. E é por essa razão que se tem envolvido em diversos projetos, a maioria dos quais ligados à participação de jovens e nos processos de decisão.

Consulte o artigo da BIK completo acedendo a este link: https://www.betterinternetforkids.eu/web/portal/practice/awareness/detail?articleId=4695773