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Organizações europeias unem esforços para desenvolver um programa que ajude a reduzir as taxas de abandono escolar
Date
18-08-2022
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O projeto ENDING é uma iniciativa educacional, financiada pela União Europeia, através do programa Erasmus+, que visa contribuir para reduzir o abandono escolar precoce. Este é um dos principais problemas que o sistema educacional europeu enfrenta, influenciado por fatores como o mau uso das novas tecnologias e os riscos associados ao meio digital.

Neste sentido, cinco organizações europeias uniram-se para desenvolver o programa. Do consórcio fazem parte: a Polícia Nacional, Ecrãs Amigas e Fundación MAPFRE (Espanha); a Stiftung Digitale Chancen (Alemanha); e o Instituto Politécnico do Porto (Portugal).

Até ao momento, o projeto ENDING permitiu desenvolver dois guias em três línguas – espanhol, português e inglês -, com a colaboração de especialistas e de adolescentes entre 13 e 15 anos.

O guia para professores propõe soluções para ajudar os jovens na vida pessoal e académica, a destacar: ajudar a limitar o tempo que dedicam às TIC; estabelecer alternativas de entretenimento, como torneios desportivos e atividades culturais; promover que cumpram as suas responsabilidades antes de utilizar o telemóvel; explicar o risco de contactar desconhecidos; e ensinar a proteger a sua privacidade. Também inclui planilhas de ensino com atividades a realizar em contexto de aula.

No guia para famílias, um dos conteúdos inovadores é o capítulo dedicado a explicar a importância de conhecer a Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas e a sua adaptação ao mundo digital em que as crianças vivem. O objetivo passa por fornecer informações e conselhos para detetar possíveis problemas da utilização excessiva dos dispositivos digitais por menores, bem como os riscos associados à sua exposição à Internet e redes sociais. Este guia propõe indicações como: não tirar fotografias ou vídeos comprometedores para evitar situações de ‘sexting’ ou ‘sextortion’; não divulgar este tipo de imagens, nem próprias nem de terceiros; explicar aos menores a importância de cuidar da sua imagem online; fazê-los compreender que divulgar imagens de pornografia infantil é um crime; e insistir que devem informar os familiares, professores, polícia ou médicos sobre este tipo de situações.

As escolas que participaram na implementação e teste da metodologia foram o Colégio Aquila, em Parla, Madri, C.E. Santa María la Nueva e San José Artesano (Burgos), e, em Portugal, o Agrupamento de Escolas Eugenio de Andrade e a Escola Secundária da Boa Nova - Leça da Palmeira, do Porto.

Durante o próximo ano letivo, será trabalhado o terceiro guia para estudantes e serão realizados workshops com os alunos destas escolas. Na sua elaboração, os adolescentes terão um papel especial, a utilizar a sua linguagem e experiência para criar os conselhos que irão transmitir aos seus colegas. O objetivo final é desenvolver e testar a metodologia que permitirá às escolas implementar este programa de forma autónoma.

Pode obter mais informações e aceder aos materiais disponibilizados aqui.